Disque Denúncia


08 de Março - Dia Internacional da Mulher


O incansável combate à violência contra a mulher. Em 2015 o Disque-Denúncia registrou 1687 denúncias sobre assuntos de violações contra mulher.

07/03/2016
08 de Março - Dia Internacional da Mulher

Muitas vezes justificado como questões de ordem cultural ou religiosa ou, em sua maioria, de forma intencional, as mulheres continuam sendo alvo de diferentes tipos de violência; desde o assédio verbal até a morte e outras formas de abuso emocional, físico ou sexual.

Não só os dados desta triste violência como as constatações dos órgãos, responsáveis pelo tema, são assustadores. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 7 a cada 10 mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida.

Para Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, a violência contra mulheres é uma das violações de direitos humanos mais presentes no mundo.

O Femicídio - termo usado para designar toda violência contra a mulher - normalmente é cometido por homens, mas, algumas vezes, também envolve membros da família da vítima – inclusive do sexo feminino. Ele difere do homicídio masculino, pois a maioria dos casos de feminicídio é cometida por parceiros ou ex-parceiros e pode envolver o abuso contínuo em casa, com ameaças ou intimidação, violência sexual ou situações onde as mulheres têm menos poder ou recursos do que o homem.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o feminicídio geralmente envolve o assassinato intencional de mulheres apenas por serem mulheres. Em uma parceria feita com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, descobriu-se que mais de 35% de todos os assassinatos de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo. Em comparação, o mesmo estudo estima que apenas 5% dos assassinatos de homens são cometidos por uma parceira.

A Organização possui uma campanha chamada “Una-se pelo fim da violência contra as mulheres” e acredita que a forma de combater tamanha violência seja reforçar a vigilância e rastreio de violência por parceiros íntimos, capacitar e sensibilizar profissionais de saúde e policiais, aumentar a prevenção e pesquisa de intervenção, reduzir a posse de armas e fortalecer as leis sobre armas e reforçar a vigilância, investigação, leis e consciência de assassinato em nome da "honra" que apresenta uma estatística assustadora; uma mulher é morta a cada 90 minutos em algum lugar do mundo por crimes de honra. 

Uma outra forma de combate, é denunciar a violência sofrida, o agressor, às autoridades. Mas sabemos que nem todas as vítimas o fazem.  A maioria, por envolver seus parceiros ou membros da família, têm medo e sofrem caladas.

Pensando nisso, o Disque-Denúncia - há 20 anos trabalhando no combate ao crime e auxiliando os órgãos responsáveis pela proteção do cidadão – disponibiliza-se diariamente para receber denúncias com informações sobre todos os tipos de violência contra a mulher, através do seu núcleo de violência doméstica. Este núcleo foi desenvolvido para monitorar as denúncias cadastradas, através do 2253-1177, com o objetivo de priorizar e qualificar o atendimento feito. O serviço possui parceria com as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), com a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, além de outros órgãos.

Um levantamento feito pelo nosso setor de análise constatou que no ano de 2015 foram cadastradas 1687 denúncias classificadas como assuntos de violações contra mulher, sendo 1313 violência doméstica (assunto violência contra mulher), 360 sobre estupro e 14 sobre tráfico de mulheres.
No mês de janeiro de 2016 foram cadastradas 52 denúncias no total, sendo 41 denúncias de Violência doméstica (assunto violência contra mulher), 8 denúncias sobre estupro e 3 de tráfico de mulheres.
Ainda segundo o levantamento, no ano de 2015 foram cadastradas 8 denúncias que mencionam tentativas de homicídios, um desaparecimento com a suspeita de homicídio e 139 ameaças de morte. Já em janeiro de 2016, foram cadastradas 7 denúncia de ameaça de morte, 2 tentativas de homicídio e uma denúncia sobre homicídio consumado. 
Acreditamos que a denúncia é um dos caminhos para minimizarmos e diminuirmos índices assustadores sobre todo e qualquer tipo de violência contra a mulher.

Paralelo a estes caminhos, que buscam protegê-las, o Governo Federal apresentou como meta da Estratégia Nacional de Segurança Pública (Enasp), para  2016, a redução do femicído no país. E para isso, o Ministério da Justiça criou um grupo de trabalho que busca capacitar profissionais de policiamento preventivo para a realização de visitas comunitárias, e também estuda um projeto pedagógico nacional para capacitar profissionais de policiamento preventivo.
Além de fortalecer o trabalho preventivo das polícias, o governo busca também qualificar a investigação de crimes de violência contra mulheres. 

Ainda assim sabemos que são frágeis as estratégias de defesa dos direitos da mulher. A ideia de que a vítima pode ter provocado as agressões sofridas, continua a prevalecer em algumas representações sociais.
 
Ciente dessa condição, o Instituto de Segurança Pública (ISP) lança anualmente o Dossiê Mulher, visando contribuir com o aumento da visibilidade deste tipo de violência, ressaltando a importância do combate desses delitos para a sociedade brasileira. 
A décima edição do Dossiê Mulher, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), mostra que grande parte dos delitos cometidos contra as mulheres ocorre no espaço doméstico ou no ambiente familiar. Desde 2005, ano da primeira edição do Dossiê Mulher, os dados demonstram que campanhas de esclarecimento e serviços especializados são de extrema importância para que as mulheres registrem as ocorrências das quais são vítimas.

Segundo os dados analisados no estudo, as mulheres predominam como vítimas de delitos de estupro, de ameaça e de lesão corporal dolosa, tendo, na maioria das vezes, como prováveis agressores seus companheiros ou pessoas do seu convívio familiar. Foram selecionados onze delitos para análise, baseados na gravidade dos crimes e ainda com referência aos tipos de violência abarcados pela Lei Maria da Penha. Os onze delitos foram separados em cinco seções para análise: violência sexual, violência física, violência psicológica, violência moral e violência patrimonial.

                                                      
                      Para acessar o Dossiê da Mulher 2015, clique aqui.


O Dossiê conta ainda com os dados georreferenciados da rede de atendimento e organismos de políticas públicas para mulheres em situação de violência no estado. Estes dados foram fornecidos pela Subsecretaria de Políticas para as Mulheres.

Acreditamos que todos estes caminhos e iniciativas públicas sejam essências para reduzirmos a violência contra a mulher. E não escolhemos melhor data, 8 de março – “Dia Internacional da Mulher” – para que fossem abordados. 
Infelizmente, ainda é preciso um dia para conscientizamos, mas nossa luta, o trabalho do Disque-Denúncia é diário. 
Parabéns às nossas Mulheres!!!!



Fonte de Pesquisa:

- Portal Brasil, com informações do Ministério da Justiça

http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2016/02/governo-vai-aperfeicoar-acoes-de-prevencao-a-violencia-contra-a-mulher

- Site de Notícias Terra

http://noticias.terra.com.br/mundo/violencia-contra-mulher/