27/04/2017
Criada Delegacia que qualificará investigações sobre o tráfico de armas no Estado.
Na última quinta-feira (20), foi inaugurada pelo Secretário de Segurança, Roberto Sá, e o Chefe da Polícia Civil, Carlos Leba, a delegacia especializada que terá como missão qualificar a investigação e o combate ao tráfico de armas de fogo no Estado do RJ.
A DESARME, como será chamada, terá como metodologia de trabalho, o uso da inteligência, proatividade e integração com agências nacionais e internacionais e já está funcionando dentro da Cidade da Polícia, na Zona Norte da cidade. De acordo com o delegado titular da DESARME, Fabrício Oliveira, o objetivo é se antecipar ao criminoso para entender como funciona o fluxo da entrada de armas de grande potencial lesivo no estado do Rio de Janeiro. Para isso, segundo o delegado, o Disque Denúncia tem um papel muito importante no recebimento das informações.
“Quando o Disque Denúncia nos envia uma informação anônima que chegou através da sociedade, ele está ajudando a polícia nas ações de combate ao crime e auxiliando na retirada de criminosos do convívio social. É importante a população saber que poderá, através do Disque Denúncia, enviar informações sobre furto e roubo de armas de fogo, munições e acessórios de armas e explosivos, denunciar a localização de criminosos ou esconderijo de armas de grosso calibre, como fuzis e pistolas com kit rajada”.
Delegado Fabrício Oliveira
Durante o evento, o secretário de Estado de Segurança, Roberto Sá, explicou que ao estudar sobre a quantidade de armas apreendidas pela polícia no estado, 25 armas de fogo por dia nos últimos 20 anos, viu que era necessária uma atenção especial ao tema. “Nosso diagnóstico detectou que temos que encontrar os caminhos dessas armas e de quem as forneceu. No Brasil, mais de 70% das mortes foram por armas de fogo, por isso a necessidade de uma especializada. A Desarme foi criada para responder a esse desafio com racionalização de dados, investigação e a prisão dos que trazem esse armamento”, declarou o secretário.
Vale ressaltar que nos últimos seis anos, o Disque Denúncia recebeu cerca de 22 mil denúncias sobre armas de fogo e artefatos explosivos e com essas denúncias conseguiu a ajudar a polícia na apreensão de mais de 7 mil armas além de aproximadamente 500 fuzis.
Aproveitando a criação da delegacia que cuidará especificamente sobre este tipo de apreensão, o Disque Denúncia convidou o delegado titular da DESARME, Fabrício Oliveira, para uma pequena entrevista a respeito desta importante conquista.
1. Doutor Fabricio, em primeiro lugar, obrigado por ter aceitado nosso convite e parabéns pela titularidade em uma delegacia tão importante como a DESARME. Para começar, nos conte um pouco sobre a atribuição desta especializada.
A DESARME é a delegacia especializada em armas, munições e explosivos da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ela tem atribuição privativa para investigar o tráfico de armas de fogo, de munições, de acessórios de armas e explosivos. O tráfico é o comércio ilegal (a venda, a compra, o transporte e o armazenamento) de armas de fogo e explosivos.
2. Que tipos de armas estão no foco da especializada? E com relação ao trabalho de inteligência, qual o interesse maior da delegacia?
Todas as armas, munições e acessórios estão em nosso foco. Por razões óbvias, armas como fuzis, pistolas com kit rajadas, armas que tem um maior poderio bélico são mais importantes e pelo tamanho do dano que elas causam, trabalharemos para tentar obter resultados positivos na apreensão dessas armas de fogo. Vale ressaltar que a DESARME tem interesse em todas as armas de fogo, acessórios, munições e explosivos. Com relação à inteligência, faremos rastreamento das armas de fogo apreendida, pois isso nos permite saber quem produziu aquela determinada arma, quem vendeu para quem, se teve algum intermediário fazendo essa negociação. Nossos alvos seriam as quadrilhas especializadas, as organizações criminosas e outras formas estruturadas de tráfico de armas, bem como qualquer indivíduo que pratica a “atividade” de traficar armas e munições.
3. Sabemos que muitas das armas entram pela fronteira do país e que isso é atribuição da Polícia Federal. Mas e no caso dessas armas entrarem no estado do RJ?
No caso de tráfico internacional de armas, a atribuição de investigação é da Polícia Federal, entretanto, a DESARME pode atuar realizando prisões em flagrante delito. Além disso, a partir do momento em que a arma de fogo, a munição ou o explosivo ingressa no país e passam a ser movimentados entre outras cidades e estados, a atribuição é da Polícia Civil. Podemos, inclusive, antecipar as ações em outros estados da Federação em cooperação com outras instituições, no caso de tráfico interestadual ou até mesmo tráfico internacional de armas.
4. Como o Disque Denúncia pode ajudar a “Desarme” e qual a importância do DD nas investigações?
O Disque Denúncia tem contribuído diariamente com a polícia e com a sociedade com o passar dos anos, tendo sido muito importante em grandes apreensões de drogas e de armas, bem como na captura de criminosos procurados. Quando o Disque Denúncia nos envia uma informação anônima que chegou através da sociedade, ele está ajudando a polícia nas ações de combate ao crime e auxiliando na retirada de criminosos do convívio social.. O Disque Denúncia sempre foi parceiro das forças policiais e as denúncias possuem cada vez mais informações importantes que auxiliam o trabalho de investigação dos nossos policiais. Hoje em dia é impossível olharmos o RJ sem essa ferramenta de denúncias. O Disque Denúncia é essencial para a sociedade e para nós policiais.
O Disque Denúncia agradece o Delegado Fabrício Oliveira por esse bate papo sobre a nova delegacia do Estado do RJ e reafirma a importância da parceria junto à DESARME a fim de auxiliar no trabalho de investigação policial.
Aproveitamos para solicitar a população de todo Estado que continue denunciando qualquer tipo de atividadecriminosa através de seu APP de denúncias, onde é possível anexar fotos e vídeos, disponível nas lojas virtuais Google Play e Apple Store ou através dos telefones 2253-1177 (capital) e 0300 253 1177 (interior) no custo de uma ligação local.
O anonimato é garantido!