08/02/2017

Os policiais, têm o estranho hábito de arriscarem a vida deles para salvar a nossa.

Anjos Necessários (Sempre Atual)

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Eu entendo que você, como eu, possa não gostar do comportamento do policial de sua rua, não confie nele, antipatize-o, até, em função do que se assiste nos noticiários. Que as companhias com quem ele anda e conversa parecem confirmar nossas suspeitas. É possível que você considere, como eu, arrogância, uma dupla de soldados colocar uma patrulhinha (viatura, corrigirão) mal-estacionada sobre a calçada perto de seu escritório. Ou displicência deles, observando o passar das moças que vão para o trabalho em vez de estarem atentos ao movimento das ruas.

 



Porém, o que você, como eu, talvez só perceba quando for tarde, é que, quando você escutar, numa rua de pouco movimento, o moleque falar "tia, passe o relógio e o celular", a única coisa que vai ocupar seu pensamento, é "onde está aquele guarda, pelo amor de Deus!", e aí, tia, talvez você passe a aceitar até aquele cabo malandro que namora a sua manicure, no salão da galeria. E quando um maldito buraco da prefeitura arrebentar o pneu de seu carro na escuridão de uma transversal esquecida pelo poder público e dois sujeitos estranhos mudarem o rumo em sua direção, vindo pelas sombras, e você implorar, como eu, e que o Senhor te atenda, como a mim, e envie - que maravilha!!!, aqueles, agora anjos necessários, numa viatura policial, que atendem aos seus acenos de desesperada felicidade piscando aqueles faróis mal ajustados, afastando a ameaça, você vai entender melhor a necessidade da existência de qualquer polícia que seja, e talvez procurar compreender o que é ser policial numa sociedade como a nossa. E que isso não é muito diferente de ser médico, juiz, advogado, engenheiro, fiscal, funcionário público, gari. etc. Só que eles, os policiais, têm o estranho hábito de arriscarem a vida deles para salvar a nossa. Dirá você, como muitos, que isto é não fazer mais do que a obrigação?



Autor: Zeca Borges.