13/03/2025
Entre as novas formas de arrecadação impostas pelos criminosos, destacam-se a "taxa da beleza", a "taxa de ajuda" e o "ITBI do crime"
O cenário de extorsão nas comunidades da Zona Oeste do Rio e da Baixada Fluminense continua a se expandir, com o crime organizado impondo novas formas de arrecadação ilegal. Em várias favelas de regiões como Jacarepaguá, Bangu, Itanhangá e Santa Cruz, além de áreas de Nova Iguaçu, Seropédica, Itaguaí e Queimados, as práticas de milicianos e traficantes têm gerado novos tipos de cobranças para moradores e comerciantes, prejudicando ainda mais a população local.
Entre as formas de arrecadação, destaca-se a chamada “taxa da beleza”, um imposto informal que obriga pequenos empresários, como manicures e outros prestadores de serviço, a pagarem para poder exercer suas atividades em áreas dominadas pelos criminosos. No caso de uma manicure da Zona Oeste, a cobrança de R$ 50 a cada quinze dias foi imposta pelos milicianos, que proibiram a exploração de sua atividade no local. Essas exigências, segundo moradores, são apenas a ponta do iceberg de uma série de extorsões que têm sido cada vez mais comuns na região.
Outra prática que chama a atenção é a cobrança de até 10% sobre o valor de transações imobiliárias. Conhecida como “ITBI do crime”, essa taxa é uma adaptação informal do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, mas cobrada diretamente pelos criminosos. A imposição dessa taxa tem gerado grandes transtornos para quem deseja comprar ou vender imóveis nas comunidades dominadas por milicianos ou traficantes. As investigações apontam que esse tipo de extorsão é apenas uma das várias formas de lucro que o crime organizado busca obter.