06/01/2014


Recompensa pela prisão de 32 acusadas.

Mulheres na linha de frente do crime

 Mulheres na linha de frente do crime
Atrás de todo grande homem existe uma grande mulher, prega o ditado popular. A ideia parece ter sido adaptada por bandidos e reflete o aumento de mulheres com um papel cada vez mais decisivo nas quadrilhas que dominam favelas do Rio e que são procuradas pelo Disque-Denúncia (2253 -1177). Há oferta de recompensa por informações sobre o paradeiro de 32 delas.




A maioria é acusada de envolvimento com o tráfico de drogas em comunidades carentes. É o maior índice de procuradas desde a inauguração do serviço, há 13 anos. “Antigamente, essas mulheres eram ligadas emocionalmente aos traficantes. Hoje, trabalham no tráfico e em posições de destaque”, observa Zeca Borges, coordenador do Disque-Denúncia.



A história do traficante Alexandre Bandeira de Melo, o Piolho, comprova. Em abril do ano passado, o chefão do tráfico no Morro do Dezoito, em Água Santa, foi preso em Jacarepaguá com a mulher, Renata Martins Cavalare. 



Mas ela não era a única na vida de Piolho. Numa tentativa de resgatar o traficante no Fórum de Bangu, há dois meses, que culminou com a morte de criança de 8 anos e de um PM, a participação de uma mulher seria decisiva.



A professora de Educação Física Marcele Rosângela Leon Rosas, que seria amante do traficante, segundo a polícia, levaria arma até o criminosos. O plano foi contado pelo próprio Piolho à Divisão de Homicídios. Na noite de 20 de dezembro, Marcele foi presa em Piedade. Mas resistiu à captura e tentou lutar com agentes da Polinter. Algemada, ela exibia tatuagem com o nome do bandido no pulso direito.



Em 2009, o Disque-Denúncia ofereceu R$ 1 mil por informações sobre Andrea de Carvalho Padilha e seu amante, Sebastião Alexandre Dantas, condenados pela morte do sargento do Exército Alexsandro Brito Padilha, executado com dois tiros na cabeça numa emboscada, em 2001.



Em setembro de 2011, a advogada gaúcha Heloísa Borba Gonçalves, a Viúva Negra, também entrou na lista. Ela foi condenada a 18 anos de prisão pelo assassinato do marido, a marretadas. Ela tem o maior valor de recompensa do Disque-Denúncia: R$ 11 mil.





Fonte: O Dia

HERCULANO BARRETO FILHO

Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia