Disque Denúncia disponibiliza seu banco de dados de foragidos para as câmeras de reconhecimento facial que utilizam o sistema Facewatch
A busca de criminosos por meio de câmeras com programa de reconhecimento facial, que já é realidade em vários países, começa a ser implantada no Rio de Janeiro. Um convênio assinado entre o Disque Denúncia e a empresa britânica Staff of Technology Solutions, na tarde de ontem (18), permite que cerca dos 1.100 criminosos mais perigosos do estado do Rio de Janeiro sejam automaticamente reconhecidos quando passarem por uma das câmeras que compõem o sistema denominado Facewatch.
O Facewatch é utilizado há sete anos no Reino Unido, sendo homologado pelas principais entidades de segurança britânicas em mais de 30 mil câmeras espalhadas pelo país. Com isso, um alarme é disparado silenciosamente para as autoridades mais próximas do local, que passam a monitorar o criminoso até a possibilidade de sua prisão da forma mais segura possível, talvez mesmo sem disparar um tiro.
Atualmente, no Rio, existem câmeras de reconhecimento facial em três shoppings, além de edifícios comerciais. Recentemente, um traficante procurado pelo Disque Denúncia foi reconhecido e preso em um shopping por meio do sistema, que alertou forças de segurança, que o detiveram, sem oferecer resistência.
"A nós do Disque Denúncia cabe fornecer o banco de dados, com as imagens de procurados, bandidos perigosos, principais alvos do Rio de Janeiro. Estas informações serão utilizadas nas câmeras, para fazer o reconhecimento facial. Se um desses procurados entrar em algum lugar que esteja monitorado, ele poderá ser identificado"
Zeca Borges, Coordenador do Disque Denúncia.
O encontro, para assinatura do convênio, ocorreu na residência oficial do cônsul-geral britânico no Rio, Simon Wood, e reuniu especialistas no assunto. Para o diplomata, é necessário haver um arcabouço de leis que protejam os dados capturados pelas câmeras, para garantir o direito de cada cidadão à individualidade. Ou seja, equilibrar a tecnologia com a lei para não causar prejuízos aos dados pessoais.
Vale ressaltar que além do Reino Unido, o sistema de reconhecimento público facial é utilizado pelo governo da China.